Inferno astral

Neste frio, congelando os dedos sobre o teclado, espero a geada.
Pudera, eu entrei mesmo numa fria!
Esse está sendo o "inferno" astral mais gelado de todos os tempos.
Que ironia...

Mundo

Seis graus, calça jeans e camiseta. O vento bate no meu rosto e vai me navalhando as bochechas, já rosadas de frio. O nome da rua me remete aos tuneis da minha cidade, aqueles que proximam duas assimetrias do Rio de Janeiro. Do caminho, me recordo pouco, e julgo ser melhor seguir andando. Há uma certa solidão guiando meus passos.
Naquela Rebouças sem túnel, fundiam-se minha memória e meus planos. Como a rua, que eu desconhecia onde daria, slides do passado se projevam nos fundos da minha memória. Estedia-se um plano branco sobre a duvida e nele surgiam os slides da incerteza. Foi um longo breve caminho.
Fun House, Piña Colada, Trident de canela. Placebo. Lá se foi a bateria de celular. Mesmo com uma venda nos olhos, pude ver o que me é essencial, por alguns segundos apenas. E isso não tinha nada a ver com a telecaster que eu havia tocado anos atrás, em outros carnavais.
"Tu te tornas responsavel por aquilo que cativas".
Talvez tenha sido no retorno pra casa, ali, bem no meio da estrada, no meio da noite, que eu realmente vi o meu caminho. E vi que só posso chegar lá dando um passo de cada vez.