red bull no teto do mundo - te dá asas...

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umich.edu

ब्रुना सोअल्हेइरो

Rio de Janeiro, RJ, Brazil

terça-feira, 28 de agosto de 2007

domingo, 19 de agosto de 2007

O pior pesadelo do mundo

Era um lançamento de livro. Meu artigo havia sido publicado. Eu não sabia. Estava surpresa. Confusa, mas feliz. Eu revisava o texto numa espécie de "separata". Não havia ainda visto a publicação. Até que alguém me passou um livro de capa vermelha, branca e preta. No alto da capa dizia "Etnografia e Etnologia".

Eu olhava espantada. Meu artigo havia sido publicado numa coletânea de Antropologia. Minha visão ia ficando cada vez mais turva.

Um professor, que eu não conhecia, com um copo de uísque na mão, visivelmente alterado, queria conversar comigo sobra a publicação da minha dissertação: segunda, meio dia, em São Paulo. Eu não conseguiria ir. Ele subiu num ônibus metropolitano cambaleando, segurando o copo de uísque.

Pessoas que eu nunca vi me cumprimentavam. "Parabéns!" Elas diziam. "Mas é uma coletânea de Antropologia", eu pensava. E sorria sem graça.

Não devia ter assistido, uns dias atrás, um documentário do "National Geographic" sobre um antropólogo no Tibet.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

A menina que escreve na parede

- Então, o texto se produz dentro, entende?
- Dentro?
- É... eu só escrevo quando está pronto dentro de mim, senão não tenho o que dizer...
- Hmmm...
- E uma vez que eu disse daquele jeito... não tem como mudar... entende?
- Entendo...
- Mas não concorda...
- Não... eu acho que escrever é re-escrever (alguém já o disse, mas não me lembro quem)... Eu até já acreditei nisso que você está dizendo... mas não acredito mais... eu também já acreditei em Deus, por exemplo...
- O que Deus tem a ver com isso?
- Hmm... Nada... Eu acho... É que sempre que conversamos...
- Sabe, eu não falava italiano na Toscana...
- Só falava portugês?
- É... eu até sabia italiano, mas falava português, e xingava muito...
- Mas o que você foi fazer lá, então?
- É que eu também não acreditava em Deus...
- E foi procurá-Lo na Toscana?
- Menina, só tinha colinas verdejantes lá... aquela casa antiga... e colinas...
- E Deus?
- Ah, e Deus também.

Cada um agradece como sabe.

Próximo capítulo: "A mulher não existe" ou "Uma perspectiva válida".